segunda-feira, maio 30, 2005

A famosa caixa!

Um dia destes, estando eu numa entediante noite de chuva, sentada num sofá com imensas coisas para fazer, mas com uma desconcertante falta de vontade, senti subitamente a minha mão ser encaminhada bruscamente para uma caixa pequena cheia de botões. Já com o dito cujo na mão enfrentei uma grave crise de consciência, consciência essa que me dizia”Ainda estás a tempo de ir ler o “Mercado Linguístico” ou, quiçá, a matéria sobre os vírus de Informática!” Mas uma força invisível fez com que o meu dedo carregasse no botão e foi então que se deu o estranho fenómeno…
A perigosa caixa gigante (qual caixa de Pandora) controlada pela tal caixinha mais pequena cheia de botões, iluminou-se e invadiu por completo a sala à minha volta, eu, já completamente alienada, comecei a carregar nos botões alternando de canal em canal…Mas o que vi não me fascinou, os quatro canais portugueses davam-me a escolher entre: um programa sobre gorilas ao estilo “BBC Vida Selvagem”; um filme português no qual as únicas palavras que consegui descodificar começavam por f***-se; c***lho; p**a que p**iu; uma telenovela cheia de pessoas a chorar e um programa com um bando de decrépitos fechados numa quinta a embebedarem-se…
Uma crise existencial atacou-me nesse momento, pensei que se calhar o Aldous Huxley teria razão ao falar em processo Bokanovsky no seu”Admirável Mundo Novo”, se calhar também nos querem estandardizar, querem tornar-nos seres pouco inteligentes, com os mesmos gostos (?) para melhor nos controlarem…
Não! Isto já me está a fazer lembrar Informática e a quantidade de fotocópias que tenho de ler! Voltei a mudar de canal, desta vez a escolha é maior…acabei por ficar a ver aquela série decadente em que a rapariguinha mata os vampiros todos algures num canal da TVcabo! Adormeci com caixa ligada à minha frente, sonhei que um gorila que dizia palavrões em português me queria matar, foi então que apareceu uma caçadora de vampiros chamada Júlia Pinheiro com um barril de cerveja ás costas e me salvou a vida, acabamos as duas a chorar de emoção!Moral da história: LEIAM AS FOTOCÓPIAS QUE OS PROFESSORES DÃO!

terça-feira, maio 24, 2005

Desiderium apenas...

Olá, o meu nome é Antónia, embora toda a gente me chame Nia, daí o primeiro nome do blog! O segundo nome, desiderium é uma palavra em Latim (para quem ainda não tenha percebido…em latim tem mais impactoJ) que significa saudade, aquela palavra tão tipicamente portuguesa (aqui ironicamente (?) escrita em Latim), aquele desejo de alguma coisa que se teve e não se tem agora…ou, por vezes (e ainda mais estranho ainda) de alguma coisa que nunca se teve! A escolha desta palavra, não significa que eu ande constantemente atormentada por este sentimento, mas há sempre um momento das nossas vidas em que o sentimos, nem que sejam apenas saudades do útero materno (isso não sei bem, porque já não me lembro), é melhor não desenvolver muito isto do útero materno, senão daqui a pouco estou a fazer longas dissertações acerca de hipnose (pronto…esta só percebeu quem viu o programa”Sono da Verdade)!
Falando um pouco mais a sério, digo que este sentimento é tipicamente português, porque a palavra saudade só existe em português e basta ler os “Lusíadas” e outras obras portuguesas, para se perceber isto. Ao ler essas obras, sente-se o sufoco das mulheres que vêm os seus homens partir para o mar com aquele olhar de quem não volta mais, a tristeza de um escritor que está longe de quem ama, ou ainda a depressão de alguém que viveu momentos de glória e vive actualmente num eterno fosso …Mas basta perscrutarmos a nossa alma e questionarmo-nos porque é que sonhamos acordados (não no sentido de desejar, mas no sentido de recordar), porque é que sentimos a falta de algo, quando parece que tudo corre bem…a resposta é desiderium apenas…






P.S: Espero, muito sinceramente, que gostem do blog! Este primeiro post é diferente daquilo que vou fazer daqui para a frente(vai ser mais animadito acreditem)! Ah e já agora, se quiserem saber mais acerca da minha pessoaJ visitem: www.photoblog.be/somos_as_cabras