Olhar...
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E, de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."
("O Meu Olhar", Alberto Caeiro)
Coisa tão pouco original isto de citar um poeta conhecido...mas hoje não tenho capacidade para mais, ando demasiado doente dos olhos...
3 Comentários:
Mas o poema é lindo e fala por ti.
bom fim de semana.
Em primeiro lugar, parabéns pela mudança de visual.. Está mt mais atractivo o blog =)
O poema é mt bonito, e nem sempre temos k falar por nós. Os outros tb merecem ser citados. E nada é falta de imaginação quando escrevemos com admiração. Beijinho
Às vezes as nossas palavras parecem não chegar onde queremos.Depois encontramos alguém que diz algo parecido ao que queriamos e parece-nos tão perfeito...
Neste caso vale a pena citá-lo.
Beijinho*******
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